terça-feira, 13 de abril de 2010

Pneumonia

A Pneumonia na RAM

Mortalidade por Pneumonia é mais elevada na Região

“ Na Madeira, as mortes por pneumonia são 2,8 vezes superiores à média nacional. (…) De acordo com o Relatório de 2007 do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias (ONDR), recentemente divulgado, de entre as várias patologias analisadas, é a Pneumonia que maior número de mortes causa na Região. Aliás, no documento é sublinhado o facto de as mortes por Pneumonia atingirem na Madeira “um pico 2,8 vezes superior à média. As causas de tal facto justificam futuros estudos”, acrescentam os autores do trabalho. Segundo os dados disponibilizados no documento, na Região morrem, por cada 100 mil habitantes, 89,8 pessoas por Pneumonia. No Centro, a segunda região do país com mais mortes por aquela doença, a taxa é de 41,8. Um número que não chega a ser metade do valor registado na Região. (…).”

FONTE: Secretaria Regional dos Assuntos Sociais (2008)



O que é?

A pneumonia é uma infecção que afecta os pulmões. Pode afectar directamente os alvéolos pulmonares e, às vezes, os interstícios (espaço entre um alvéolo e outro). Basicamente, a pneumonia é provocada pela penetração de um agente infeccioso ou irritante (sobretudo bactérias e vírus, e com menor frequência por fungos e protozoários) no espaço alveolar onde ocorre a troca gasosa. Esse local deve estar sempre muito limpo, livre de substâncias que possam impedir o contacto do ar com o sangue. Os microrganismos costumam chegar aos pulmões directamente a partir do exterior, suspensos no ar. Contudo, as pneumonias podem resultar da aspiração de secreções provenientes do aparelho digestivo. Embora existam inúmeros microrganismos presentes no ar, os quais penetram constantemente nas vias respiratórias, estes são neutralizados, em condições normais, pelos mecanismos defensivos. Geralmente, os microrganismos são retidos no muco que reveste as vias respiratórias, sendo posteriormente arrastados pelos movimentos dos cílios em direcção à faringe, podendo igualmente ser detectados e eliminados pelas células defensivas ali presentes. De qualquer forma, quando por alguma razão estes mecanismos defensivos se encontram debilitados ou quando os microrganismos são particularmente agressivos, a possibilidade de desenvolvimento de pneumonia aumenta. Diferentes do vírus da gripe, que é altamente infectante, os agentes infecciosos da pneumonia não costumam ser transmitidos facilmente.



Tipos de pneumonia

As pneumonias manifestam-se, morfologicamente, por um dos três padrões, radiograficamente identificáveis:

Pneumonia lobar Na pneumonia lobar o agente etiológico chega aos alvéolos, provocando congestão vascular e edema alveolar (edema – infiltração de serosidade nos tecidos, produzindo inchação). É a mais frequente e tende a afectar todo o lobo pulmonar (os pulmões subdividem-se em lobos, três no pulmão direito e dois no pulmão esquerdo). Costuma ser de origem bacteriana e os microrganismos que causam mais frequentemente esta patologia são: S. pneumoniae, K. pneumoniae e Legionella pneumophilia.

Broncopneumonia Na broncopneumonia a lesão inicia-se nos brônquios e bronquíolos para originar vários focos em vários segmentos de um ou ambos os pulmões, sucessivamente. Os microrganismos que com maior frequência provocam este tipo de pneumonia são: Staphylococcus aureus, H. Influenza, P. aerurginosa, L. pneumophilia, E. coli e anaeróbios.

Pneumonia intersticial Na pneumonia intersticial há essencialmente uma inflamação dos septos alveolares (septo – membrana comum a dois alvéolos). Os agentes infecciosos responsáveis podem ser vírus, como o da gripe e micróbios que apenas encontram condições favoráveis para a sua proliferação quando há uma diminuição das defesas orgânicas, como a bactéria Mycoplasma pneumoniae, o protozoário Pneumocystis carínii e a bactéria Legionella pneumophila.

Sintomas



Sinais


As manifestações clínicas são variáveis e pouco específicas. Podem estar presentes todos ou só alguns destes sintomas e sinais variando consoante as características do doente e do agente causador da doença.

Factores de risco

Existe um conjunto de factores que aumentam o risco de aparecimento de pneumonia, de morte ou de complicações no curso da doença:
• Idade > 65 anos;
• Presença de co-morbilidades, nomeadamente DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica), SIDA, neoplasia, diabetes mellitus, insuficiência renal crónica, insuficiência cardíaca, doença hepática crónica, alcoolismo, etc;
• Internamentos de longa data;
• Tabagismo, uma vez que o tabaco danifica gravemente os pulmões debilitando os seus mecanismos defensivos. O fumo provoca uma reacção inflamatória que facilita a penetração de agentes infecciosos;
• Constipações mal curadas;
• Mudanças bruscas de temperatura.

Diagnóstico

O médico consegue chegar ao diagnóstico ao realizar o exame físico ao doente e com base nos sinais e sintomas que este apresenta. O diagnóstico deve ser complementado com uma radiografia do tórax postero-anterior e de perfil. O médico pode também pedir a colheita de expectoração para análise, onde verifica o agente causador da infecção e o antibiótico mais eficaz.

Onde tratar a pneumonia?

Distinguir quais os doentes que podem ser tratados em casa com segurança e quais aqueles que devem ser internados no hospital:

Domicílio: Pneumonias de pouca gravidade. Pneumonias sem co-morbilidades (doenças em paralelo) importantes. Doentes que ofereçam garantias de vigilância e de cumprimento da terapêutica.

Internamento hospitalar: Pneumonias graves. Pneumonias com co-morbilidades importantes. Doentes com factores sociais que predisponham ao não cumprimento das recomendações e da terapêutica (ex: doentes que vivam na rua).

De seguida, apresenta-se um vídeo sobre a pneumonia. Apesar de este estar em inglês tivemos o cuidado de fazer a sua tradução. Se desejar pode acompanhar a visualização do vídeo com a respectiva tradução, a qual se encontra por baixo do mesmo.



Tradução:

How pneumonia occurs (como a pneumonia ocorre)

“ Esta animação foi criada pela Bupa e apenas tem como objectivo informar. Esta animação não substitui, de modo algum, a necessidade de consultar um médico caso algum dos sintomas ocorra.”

Esta animação vai mostrar como a pneumonia afecta os pulmões e como os medicamentos funcionam.(…) Os brônquios (bronchi) são tubos largos que se encontram nos pulmões. Quando respiramos, o ar passa pela traqueia e pelos brônquios até aos pulmões. Os brônquios ramificam-se em tubos mais estreitos denominados bronquíolos (bronchioles). Estes tubos estão ligados a estruturas de pequenas dimensões denominadas alvéolos pulmonares (alveoli). Em pulmões saudáveis, os brônquios e os alvéolos pulmonares expandem e relaxam permitindo que o oxigénio seja transportado até à corrente sanguínea. A pneumonia é uma infecção do tecido pulmonar que faz com que os alvéolos pulmonares e outras pequenas passagens de ar nos pulmões fiquem inflamadas e cheias de fluido. A inflamação e o fluido dificultam a respiração e portanto, quem tem pneumonia, respira mais depressa ou sente falta de ar. Medicamentos como, por exemplo, antibióticos são dados para tratar a infecção. Estes têm como objectivo reduzir a inflamação e a quantidade de fluido nos pulmões para que a pessoa possa respirar normalmente novamente.